Para tornar as pessoas mais resilientes a secas, os governos precisam criar planos nacionais coordenados que incorporem a
preparação, o monitoramento e os serviços de informação sobre a seca, pediram
nesta quinta-feira (14) funcionários das Nações Unidas ao final de uma reunião
internacional de alto nível em Genebra.
Em uma declaração
conjunta, os chefes da Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), da Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação (UNCCD), além
de outros parceiros, afirmaram que “os quadros legais políticos nacionais que
melhoram a previsão de seca e tornam esta informação disponível de modo que as
comunidades possam agir são indispensáveis”.
Eles observaram que, enquanto as políticas nacionais de seca variam de acordo
com as circunstâncias locais de um país, o desenvolvimento sustentável é a chave
para comunidades mais resilientes, “permitindo que as famílias escapem da
armadilha de depender da ajuda alimentar de emergência”.
A resiliência também torna possível evitar as respostas de curto prazo que
degradam a terra e buscar ações que restaurem áreas afetadas pela seca,
acrescentaram os funcionários da ONU.
O papel dos agricultores é essenciais na preparação para a seca, afirma a
declaração, citando a utilização de variedades resistentes à seca e técnicas que
aumentam a fertilidade do solo como formas de aumentar a produtividade e
sustentabilidade na agricultura propensa à seca.
“Esses recursos devem ser introduzidos de forma a encorajar os agricultores e
outros produtores rurais para que sejam autossuficientes na gestão de
variabilidade climática”, disseram.
Desde 1950, terras secas aumentaram quase 2% em todo o mundo por década,
segundo dados da declaração.
As secas têm afetado principalmente as regiões do Chifre de África e do
Sahel, EUA, México, Brasil, partes da China e da Índia, Rússia e o sudeste da
Europa. Além disso, 168 países afirmam ser afetados pela desertificação, um
processo de degradação do solo em terras secas que afeta a produção de alimentos
e é agravado pela seca.
“A seca é uma das causas mais comuns da falta de alimentos, particularmente
em países em desenvolvimento”, disse o Representante Especial do Diretor-Geral
da FAO, Ann Tutwiler.
Mais de 11 milhões de pessoas morreram e outras 2 bilhões foram afetadas por
secas desde 1900, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do
Risco de Desastres (UNISDR).
“Quase metade da população mundial estará vivendo em áreas com grande
escassez de água até 2030”, alertou o Secretário Executivo da UNCCD, Luc
Gnacadja.
A reunião ocorreu a poucos dias do Dia
Mundial da Água, lembrado anualmente em 22 de março. O tema deste ano é a
cooperação internacional, ecoando o Ano Internacional de Cooperação pela Água –
comemoração aprovada pela Assembleia Geral da ONU para 2013.
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