sábado, 16 de fevereiro de 2013

Conheça o programa que constrói cisternas no semiárido brasileiro

 


Possibilitar uma nova relação das populações que vivem nas regiões do semiárido brasileiro com a água, partindo do princípio que ela que não deve ser considerada “um bem de consumo, mas um direito básico”: esta é a motivação do Programa Um Milhão de Cisternas, que começou 2003 e já beneficiou mais de 1,5 milhões de pessoas.
Para mudar a situação de quem convive com a falta de água e muitas vezes tem que andar quilômetros para encher um balde, o programa da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) constrói nas casas da região uma cisterna capaz de armazenar água da chuva para abastecer os moradores nos períodos de seca.
A Articulação no Semi-Árido Brasileiro é uma rede formada por cerca de 750 organizações da sociedade civil que desenvolvem políticas de convivência com a região semiárida. A ASA afirma que o P1MC, como é conhecido o Programa Um Milhão de Cisternas, também tem funcionado como “instrumento para fortalecer a autoestima e a cidadania da população”. A região do semiárido abrange 1.133 municípios em nove estados e abriga cerca de 22 milhões de pessoas, segundo o IBGE.
Apesar de ter muito trabalho pela frente, os números mostram bons resultados. Até 31 de julho deste ano, a contagem estava 351.140 estruturas instaladas. O objetivo final é beneficiar 5 milhões de pessoas com água potável, com a construção de um milhão de cisternas que, juntas, formam uma rede descentralizada de abastecimento (já que muitas casas nem chegam a ser abastecidas) com capacidade para 16 bilhões de litros de água.
As famílias beneficiadas devem ter residência permanente na zona rural, sem acesso ao sistema público de abastecimento de água e com renda de até meio salário mínimo por membro da família. Casas que tem crianças com até 6 anos, crianças e adolescentes que frequentam a escola, pessoas acima de 65 anos e portadores de necessidades especiais têm prioridade.
O que são cisternas?
São estruturas de formato cilíndrico, cobertas e enterradas pela metade, com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água (suficiente para que uma família de 5 pessoas beba e cozinhe por um período de 6 a 8 meses). Com uma tecnologia de baixo custo, permite a captação da chuva por uma calha no telhado da casa, por onde escorre a água. Os moradores retiram a água da cisterna por meio de uma bomba de repuxo manual. O vídeo abaixo, produzido pela ASA, mostra como é o processo de construção das cisternas:

O P1MC já conquistou reconhecimentos como o Prêmio Direitos Humanos 2010, na categoria Enfrentamento à Pobreza, concedido pela Presidência da República, e o Prêmio Sementes, da Organização das Nações Unidas (ONU).

ESPECIAL PARA O SEMIÁRIDO

 


Capim Grosso, na Bahia. A ação piloto realizada pela empresa visa a garantir a oferta de um reservatório higiênico, resistente, atóxico e inodoro para o armazenamento de água da chuva ou água potável. Nessa região onde secas acontecem com frequência, as chuvas não são suficientes para o abastecimento de água, o que obriga muitas prefeituras a enviarem caminhões pipa para abastecer as famílias. O município recebeu as unidades do produto, fabricado em polietileno e as família foram orientadas sobre a prática de instalação que é simples e rápida. O produto foi desenvolvido especialmente para atender esse segmento e revela uma série de vantagens como: local já flangeado para receber bomba manual, como forma de facilitar a retirada da água do reservatório; furação para instalação do tubo coletor de água e tampa de travamento total que impede a entrada de insetos protegendo contra dengue. Para a empresa, essa é uma ação de responsabilidade social que ganhará outros municípios.
Cisternas para captação de água da chuva, com capacidade para 16 mil litros cada, foram doadas pela FortLev, para famílias do povoado de São José, localizado no município de