terça-feira, 22 de março de 2011

World Water Day 2011


UN-Water, an agency formed by the United Nations High Level Committee on Programmes in 2003, is holding this year’s 2011 World Water Day launch in Cape Town, South Africa.

The International World Water Day is held annually on March 22nd as a means of focusing attention on the importance of freshwater and advocating for the sustainable management of freshwater resources.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Poços de Coronilla


Aldeões na ilha de Coronilla, Quénia, cavam poços profundos em busca
do precioso líquido, a apenas 300 metros do mar. A água é salobra.
EM ALGUNS LUGARES ELA JÁ NÃO EXISTE MAIS

Glaciar de Pitztal, na Áustria




Os glaciares que abastecem a Europa de água potável perderam mais da metade do seu volume,
no século passado. Na foto, trabalhadores da estação de esqui do glaciar de Pitztal, na Áustria, cobrem o glaciar
com uma manta especial para proteger a neve e retardar o seu derretimento, durante os meses de Verão...


Dois Sudaneses bebem água dos pântanos




Dois Sudaneses bebem água dos pântanos, com tubos plásticos, especialmente concebidos para este fim,com filtro para filtrar as larvas flutuantes, responsáveis pela enfermidade da lombriga da Guiné.
O programa distribuiu milhões de tubos e já conseguiu reduzir em 70% esta enfermidade debilitante.

Deli, Índia. Todos querem, apenas, um pouco de água...


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

How to help?


Access to clean, fresh water is a pressing problem around the world. These are a few of the many groups that are trying to help.

Falta de água potável em muitas escolas do Brasil e em especial no Semiárido, o que chega a inviabilizar o funcionamento das unidades.


Rafael tem oito anos e todos os dias vai à escola na garupa da bicicleta do pai. Acorda cedo, arruma os livros na mochila e aguarda com ansiedade o momento de encontrar os colegas, a professora, a aprendizagem e por que não a hora do intervalo com as brincadeiras e o lanche? A escola de Rafael, assim como em outras instituições de ensino espalhas pelo semiárido brasileiro, não possui água potável para o preparo das refeições. Tanto a Constituição Federal, quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos seus artigos, 227 e 4º, respectivamente, expressam claramente a responsabilidade da família, da comunidade, da sociedade e do poder público em assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos*direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade e educação de qualidade. Dentro da proposta qualitativa do Estatuto está a garantia de aulas regulares, material didático, espaço para recreação e ainda outros itens como, por exemplo, água potável para consumo, banheiro e cozinha para o preparo saudável dos alimentos.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) num trabalho realizado em parceria com os técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que dos 1.135 municípios que estão dentro do considerado semiárido legal (que compreende os estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande Norte e Sergipe) 121 possuem escolas de Ensino Fundamental sem água, totalizando 315 instituições públicas de Ensino Fundamental que não oferecem água para beber, para preparar a merenda e para lavar as mãos.
No Brasil, considerando as informações do Censo Escolar e dados obtidos a partir da sistematização dos dados do Selo UNICEF Município Aprovado, no início de 2008, o UNICEF articulou um processo de mobilização para que toda criança e adolescente brasileiro estude em escolas com água de qualidade, banheiro e cozinha. Sabendo que a Agência Nacional de Águas (ANA) também demonstrava preocupação com esse tema, ficou estabelecida uma parceria para pensar a implementação do projeto "Toda escola pública brasileira com água potável, banheiro e cozinha". O projeto tem como objetivo fazer chegar água em qualidade e quantidade suficiente em todas as escolas do semiárido brasileiro, de maneira que todas possam contar com água para beber, para preparar alimentos e para usar nos banheiros, de forma que as crianças possam se desenvolver plenamente, com dignidade e conviver em harmonia com o meio ambiente em que vivem.

De acordo com José Nilson Alves, oficial de projetos do UNICEF, a importância da água, do saneamento básico e da higiene para o desenvolvimento saudável e garantia da saúde de crianças e adolescentes é confirmada através de estudos. "A melhoria do acesso à água potável, a serviços de saneamento básico e a práticas de higiene ajudam a reduzir índices de mortalidade infantil e contribui para a saúde das crianças e adolescentes", afirma.

Em todo o país existem 11 estados brasileiros (com a inclusão dos estados do Maranhão e do Espírito Santo aos outros nove estados considerados dentro do semiárido legal) comprometidos com o Pacto Nacional Um Mundo Para a Criança e o Adolescente do Semiárido que, juntos, vão garantir que história como a de Rafael não se repita. O projeto visa garantir que todas as escolas públicas da região tenham água de qualidade, cozinha e banheiro até o final de 2011, totalizando cerca de 5.000 escolas, afirma José Nilson. De acordo com Dalvino Franca, diretor da ANA, o mapeamento foi realizado, mas "é preciso validar as informações checando se o que foi indicado pelo gestor condiz com a realidade das escolas pesquisadas". Para tanto o Projeto conta com a mobilização e o compromisso do Governo Federal, dos Governos Estaduais, Organizações Não Governamentais, sociedade civil, além das famílias, das crianças e dos adolescentes que residem no semiárido.

Além do objetivo principal do projeto de garantia de água potável para beber, a meta 10 do 7º Objetivo de Desenvolvimento do Milênio é reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e esgotamento sanitário. Além disso, 2008 foi escolhido pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Saneamento. Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a expectativa do governo brasileiro é de alcançar em quatro anos a meta relativa a saneamento dentro do objetivo de garantir a sustentabilidade ambiental, estabelecido pela ONU


(matéria Rede Andi Brasil)

Sem chuva, comunidades no CE são abastecidas por carro-pipa



Em Canindé, veículo faz oito viagens por dia.
Moradores que não são atendidos têm de buscar água em açude.
Sessenta municípios do Ceará e 75 do Piauí sofrem com a seca. Em muitas comunidades, o abastecimento é feito por caminhão-pipa. Os moradores que não recebem ajuda precisam caminhar muito em busca de um açude.
Quanto maior o período de estiagem, mais moradores entram na rotina de buscar água nos tanques abastecidos pelo carro-pipa. Em Canindé, o veículo faz até oito viagens por dia do açude até quem espera na cisterna comunitária. “Como não há muitos reservatórios, precisamos desse sistema”, disse a agricultora Clara de Assis.
Em outra comunidade, o abastecimento por carro-pipa foi suspenso no ano passado. Desde então, os moradores dependem de um açude próximo.
Em uma escola, a funcionária tem de pegar água da cisterna para levar pra dentro e matar a sede de mais de 160 alunos. Mas muitas vezes não há quem transporte a água do açude até a cisterna. "Aí os alunos ficam sem merenda, porque não tem água", disse a auxiliar de serviços Maria Sousa Silva.
(Noticia de Globo.com)

O projeto que pretende construir um milhão de cisternas no Nordeste está andando a passos lentos.


Sem recursos suficientes, as obras atrasaram.
Em vez de longas caminhadas, a dona de casa Maria Abreu da Silva anda, agora, apenas alguns passos. A água que ela tanto precisa está no quintal de casa, armazenada na cisterna. "Quem não agradece a Deus por uma cisterna dessas? Foi muito bom para nós aqui na nossa comunidade", disse.

Maria mora em Canindé, onde as primeiras cisternas chegaram no ano passado. É uma tecnologia simples, usada para armazenar água da chuva. Calhas recebem a água que cai no telhado e levam até o reservatório.

Em períodos de estiagem prolongada, a maioria das cisternas já não tem água da chuva do ano passado. Mesmo assim, elas fazem a diferença na vida das famílias do sertão. Hoje, servem para armazenar a água levada pelos carros-pipa e ajudam a diminuir o sofrimento causado pela seca.
No Brasil, as cisternas de placa começaram a ser construídas nos anos 80, com o apoio de organizações não-governamentais. Com bastante atuação no Nordeste, a ASA, Articulação no Semi-Árido Brasileiro, lançou o projeto para a construção de cisternas em 2003. Formada por várias entidades civis, como ONGs, associações de trabalhadores rurais, sindicatos e federações, a meta era construir um milhão de cisternas em cinco anos. Até hoje, o programa construiu 289 mil.

“A grande dificuldade é a captação de recursos. A gente ainda não conseguiu captar recursos na velocidade que acha necessário”, justificou Elzira Saraiva, coordenador da ASA.

A ASA trabalha com doações de entidades e de pessoas físicas e com alguma ajuda dos governos Federal e estadual. O dinheiro arrecadado não é suficiente para capacitar trabalhadores e comprar material no ritmo previsto no início do projeto. Por isso, hoje a organização não estipula mais uma meta para o término da construção de um milhão de cisternas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Gota d'água



O designer holandês Bas van der Veer desenvolveu um jeito muito fácil de reaproveitar água da chuva e para regar as flores e plantas do jardim em um único produto. O reservatório apelidado de Gota d’água, capta a água da chuva que vêm da calha da casa e no mesmo produto possui um regador que acumula água automaticamente quando chove.

Precisou de mais água? Basta abrir a pequena torneira na parte inferior do reservatório. Uma ótima idéia para economizar a quantidade de água usada para manter o seu jardim.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Reservatórios flexíveis


O objetivo deste projeto é a coleta e manejo ótimo de águas pluviais, destinado a atender as necessidades hídricas básicas para a sobrevivência e sustento de populações carentes, urbanas ou rurais, do semi-árido brasileiro.
Através de um sistema de “redes de coleta” com apenas 5 kg de tecido sintético impermeável,pode-se abrir uma rede de 30m2 de superfície,possibilitando uma captação anual de 21.000 L (considerando-se a precipitação média de 700mm/ano nesta região). Ao invés dos tradicionais reservatórios de alvenaria, adotaremos reservatórios flexíveis, laminados de PVC / Poliéster, de rápida e fácil instalação, eficiência no controle da evaporação, grande resistência / durabilidade e relativo baixo custo de produção em escala.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mini Coletor


A Petal Drops é uma flor em forma de funil que se encaixa no gargalo de uma garrafa pet de água ou refrigerante, proporcionando de captação de água da chuva.

O projeto simples foi desenvolvida pela Quirky e funciona da seguinte maneira:

1. Escolha o tipo de garrafa, encaixe a pétala na posição e coloque algumas pedras no fundo para impedir que o vento derrube.

2. Espere a chuva chegar e veja a Petal Drops coletar e armazenar a água na garrafa.

3. Assim que o frasco estiver cheio, use a água onde quiser ... para matar a sede, lavar o seu cãozinho ou molhar as plantas de casa.

Construído com plástico 100% reciclado, a Petal Drops é uma flor contemporânea que, certamente, vai combinar com seu jardim ou pátio.

Redes de captação

Com apenas 5 kg de tecido sintético impermeável, se pode abrir uma rede de 30m2 de superfície, possibilitando uma captação anual de 21.000 L (considerando-se o índice médio de precipitação de 700mm/ano no semi-árido nordestino).
Estas redes podem ser estiradas por poucas cordas, em sentido radial, semelhantes a uma teia de aranha. Um ou mais pontos de captação, em áreas baixas da rede determinarão a convergência da água. Naturalmente, a forma das redes pode ser adaptada para figuras semi-esfericas, triangulares, etc, dependendo das características geográficas do local. Como exemplo, podemos esticar 5 cordas de 10 metros de comprimento cada, radialmente entre 10 estacas de 1,5m de altura, esticar a rede sobre esta estrutura, localizando um ponto coletor no seu centro, a 0,5 m de altura. Com o auxílio da gravidade, teremos a água se movendo para a parte mais baixa, onde estará o coletor. Este ponto coletor está conectado a uma tubulação que leva a água ao reservatório, que pode estar localizado imediatamente abaixo da rede, ou em local mais distante. Estas redes podem ficar dobradas e guardadas, devendo ser abertas/instaladas somente nos períodos de chuva, evitando assim seu desgaste por exposição desnecessária às intempéries, e também, não comprometendo áreas no entorno da casa e do(s) reservatório(s).

Captação com lonas plasticas


Utilizando lonas plásticas


Sistema de captação de água da chuva de custo ultrabaixo no Sudão do Sul, usando uma lona plástica, estacas de madeira e um tambor de combustível de plástico. Foto Murray Burt/Tearfund
Em muitas populações em trânsito, especialmente em situações de emergência e pós-emergência, as lonas plásticas são um artigo básico que muitas famílias possuem. Elas são distribuídas em campos de refugiados ou de pessoas internamente deslocadas ou são compradas nos mercados locais. As lonas plásticas são usadas para muitos fins, inclusive como abrigo para moradias ou lojas. Elas também podem ser usadas para captar a água da chuva. Os cálculos baseados em dados sobre a precipitação de Colombo, no Sri Lanka, mostram que haveria uma produção diária média de mais de 60 litros de água da chuva durante seis meses do ano, usando-se uma lona plástica de 8m² para a coleta.

Reservatório flexivel


Esse contentor flexivel é confeccionado com laminado de PVC reforçado com tecido de poliéster de alta tenacidade, com formulação adequada para armazenamento de agua potável, com capacidades variando entre 700 a 18.000 litros. Possui aditivação adequada para armazenamento de água potável .

Fornecido em embalagem individual, proporcionando a guarda do tanque quando não esta em uso.

Vantagens:
1. o reservatório é totalmente lacrado, evitando contaminação.
2. Fácil de encher e esvaziar através de vávulas.
3. Possibilidade de guardar o viniliq dobrado em embalagens individuais, diminuindo
drasticamente o volume quando não estiver em uso.
4. O material utilizado para fabricação, garante alta resistência, durabilidade e praticidade.
5. Instalação e montagem, rápida e fácil, sem necessidade de técnicos especializados.
6. Resistente às intemperies.
7. Para armazenamento de água potável, utiliza material atóxico, garantindo que a água não retenha gosto nem odor.
8. O abastecimento é feito de forma rápida e simples, sem desperdício.
Capacidade:
• Até 100.000 litros. Acima de 18.000 litros sob consulta.

H2OPEnet



O objetivo deste projeto é a coleta e manejo ótimo de águas pluviais, destinado a atender as necessidades hídricas básicas para a sobrevivência e sustento de populações carentes do semi-árido brasileiro.
Através de um sistema de “redes de coleta” a água oriunda das chuvas passa a ser armazenada em reservatórios flexíveis-lona plástica de PVC com reforços de fios de poliéster (containers para líquidos) , subterrâneos ou elevados.
A determinação inicial das regiões a serem atendidas pelo projeto será especificada em função de da escassez hídrica vivida pelas suas populações relativizado pelos índices e concetracao de chuvas nestas regiões.
A dimensão das redes de captação e do(s) reservatorio(s) será calculado pelo índice pluviométrico destas regiões x a necessidade hídrica da famílias aí residentes, estimando a satisfação das necessidades de água potável para ingestão e culinária (que pode ser tratada com adição de cloro e flúor), água limpa para higiene pessoal e para a hidratacao de animais, e água para irrigacao de lavouras de subsistencia.
Sabendo que obtenção e manejo de água nestas regiões é uma tarefa árdua e morosa, normalmente executada por mulheres, o projeto também prevê uma maior disponibilidade destas para dedicar-se a outras atividade sócio-economicas que naturalmente proporcionarão uma futura inclusão social das mesmas.
O ponto revolucionário do H2OPEnet é seu simples e eficiente sistema de captação e armazenagem.
Enquanto a maioria dos sistemas atualmente em uso, de captação e armazenamento de águas pluviais baseia-se em telhados e calhas como seu instrumento mor de captação e cisternas feitas de cimento para armazenagem (além naturalmente de outros reservatórios abertos como pequenas represas e açudes), o H2OPEnet se vale da grande evolução tecnológica apresentada pela engenharia de materiais.
Com apenas 5 kg de tecido sintético impermeável, se pode abrir uma rede de 30m2 de superfície, possibilitando uma captação anual de 21.000 L (considerando-se o índice médio de precipitação de 700mm/ano no semi-árido nordestino).
Estas redes podem ser estiradas por poucas cordas, em sentido radial, semelhantes a uma teia de aranha. Um ou mais pontos de captação, em áreas baixas da rede determinarão a convergência da água. Naturalmente, a forma das redes pode ser adaptada para figuras semi-esfericas, triangulares, etc, dependendo das características geográficas do local. Como exemplo, podemos esticar 5 cordas de 10 metros de comprimento cada, radialmente entre 10 estacas de 1,5m de altura, esticar a rede sobre esta estrutura, localizando um ponto coletor no seu centro, a 0,5 m de altura. Com o auxílio da gravidade, teremos a água se movendo para a parte mais baixa, onde estará o coletor. Este ponto coletor está conectado a uma tubulação que leva a água ao reservatório, que pode estar localizado imediatamente abaixo da rede, ou em local mais distante. Estas redes podem ficar dobradas e guardadas, devendo ser abertas/instaladas somente nos períodos de chuva, evitando assim seu desgaste por exposição desnecessária às intempéries, e também, não comprometendo áreas no entorno da casa e do(s) reservatório(s).
Igualmente, os tradicionais reservatórios de alvenaria passam a ser substituídos por reservatórios flexíveis, laminados de PVC e Poliéster, de rápida instalação, eficiência no controle da evaporação, grande resistência e durabilidade, e relativo baixo custo de produção em escala. As necessidades de uso e manejo, características de cada projeto assim como as disponibilidades financeiras e análises de custos, indicarão a opção por um reservatório flexível subterrâneo, de superfície ou elevado.
Milhões pessoas sofrem com a falta de água, em uma área de 900.000km 2 do semi-árido nordestino. O governo brasileiro está implementando um programa de construção de cisternas, mas nos 2 anos de operação, conseguiu construir apenas 300.000 da previsão inicial de 1.000.000.Assim acreditamos conseguir quebrar um paradigma da seca no Nordeste brasileiro, como realidade natural e determinante da pobreza de certas populações, e romper o ciclo da manutenção da miséria e dependência, que tanto interessa a segmentos políticos e econômicos dominantes, historicamente presentes nestas regiões.

Sobre H2OPEproject


H2OPeproject
É uma ação empreendedora que visa projetos e programas de sustentabilidade.
H2OPEproject tem como objetivo a livre concepção de idéias inovadoras que permitam o melhor aproveitamento de recursos naturais para a melhoria da vida em nosso planeta.

O planeta tem sede



Brasil se prepara para cobrar pela
água como forma de afastar uma
crise que já preocupa o mundo
A água, depois do ar, é o elemento mais vital para o ser humano. Por existir em grande quantidade, não é encarada com a veneração que mereceria. As pessoas simplesmente se esquecem de agradecer pela sorte de poder contar com um copo de água cristalina na hora da sede. E deleitam-se, sem consciência de que este é um ritual quase sagrado, debaixo das cachoeiras domésticas que lhes lançam jatos de água quente na hora do banho. Pouca gente sabe, mas a conta de água que chega no fim do mês cobra apenas pelo tratamento e distribuição da água. O líquido, em si, é de graça. Mas essa situação está com os dias contados. Em breve, a água utilizada pela população terá de ser paga, como se faz com o gás encanado e a eletricidade. "A cobrança pela água no Brasil é irreversível", diz Raymundo José Santos Garrido, secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. Nos estudos do governo, a água deverá custar em torno de 1 centavo o metro cúbico (1.000 litros) – o que, só no Estado de São Paulo, vai gerar uma arrecadação anual de mais de 550 milhões de reais. A cobrança vem com a justificativa de colocar um torniquete no consumo exagerado e fornecer a verba para obras do setor. Para gerenciar todo o sistema, está sendo criada a Agência Nacional das Águas, Ana.

Cobrar pela água é prática comum em algumas dezenas de países. Nos Estados Unidos, existe um mercado em Estados áridos do Oeste, como o Colorado, onde se compram 1.000 litros por menos de 2 cents. Cobra-se pela água também em países europeus como França, Alemanha e Holanda, em torno de 17 cents pelo mesmo volume. No Oriente Médio, algumas nações chegam ao extremo de importar água para consumo doméstico. A política de cobrança é mais disseminada nas regiões em que há escassez, mas mesmo países ricos em recursos hídricos, como o Canadá, a adotam. Há experiências de cobrança também no Chile, no México e na Argentina. No Brasil, já se paga pela água no Ceará: 1 centavo por metro cúbico de água para consumo doméstico, 60 centavos para a indústria.

Medidas como essa fazem parte da cartilha de recomendações da Organização das Nações Unidas, ONU, para afastar um problema de dimensões globais. Segundo os dados da entidade, um quinto da humanidade não tem acesso a água potável e o estoque de água doce do planeta estará quase totalmente comprometido dentro de 25 anos. "Até duas décadas atrás, problemas sérios com água estavam confinados a alguns bolsões do mundo. Hoje eles existem em todos os continentes e estão se disseminando rapidamente", diz a estudiosa americana Sandra Postel, dirigente da Global Water Policy Project. É preciso, portanto, tratar bem da água e isso não tem sido feito. Os relatórios da ONU alertam para o fato de que, nos países em desenvolvimento, 90% da água utilizada é devolvida à natureza sem tratamento, contribuindo assim para tornar mais dramática a rápida deterioração de rios, lagos e lençóis subterrâneos. Embora hoje estejam mais comportadas, no passado as nações desenvolvidas também fizeram das suas. Alguns rios no Canadá e nos Estados Unidos chegaram a ficar tão emporcalhados que era possível atear fogo em sua superfície coberta de óleo. Sob pressão da comunidade, tiveram de investir também rios de dinheiro para recuperá-los.

Parece surpreendente que o planeta azul, com 70% de sua superfície coberta por água, tenha chegado a esse ponto. Mas, visto de perto, em volta desse azul há gente como nunca. No início do século, éramos pouco menos de 2 bilhões de habitantes. Hoje somos mais de 6 bilhões. Em 2025 haverá 8,3 bilhões de pessoas no mundo. Enquanto a população se multiplica, a quantidade de água continua a mesma. A água doce corresponde a apenas 2,5% da massa líquida do planeta e a maior parte dela está nas geleiras. Ao alcance do uso humano, fica apenas uma pequena parcela de 0,007%. Pois ela tem sido consumida vorazmente e é aí que reside o maior problema. Nos últimos 100 anos, enquanto a população mundial triplicava, o uso de água doce multiplicava-se por seis. A principal responsável por esse aumento foi a agricultura irrigada. Ela revolucionou a produção agrícola, mas criou uma nova dificuldade, porque sozinha utiliza 70% da água doce disponível.

Até agora o Brasil tem andado devagar nessa matéria, embora também esteja na roda da escassez. Visto pela lente das estatísticas, o país está numa situação confortável. Cerca de 8% da água doce do globo está em território nacional. Pelos padrões internacionais, os problemas ocorrem quando se dispõe, por ano, de menos de 1.000 metros cúbicos de água por habitante – caso do Oriente Médio e do norte da África. O Brasil, ao contrário, poderia afogar sua população com uma média anual de 36.000 metros cúbicos de água por cabeça. É uma falsa impressão. A começar pelo fato de que 80% dessa água está na Amazônia, onde vivem apenas 5% da população brasileira.

Não se pense que o problema brasileiro restringe-se à região do semi-árido, afetada pelas secas. O Estado mais desenvolvido do país, São Paulo, enfrenta grandes dificuldades também. A água existe, mas é pouca para atender aglomerações como a da região metropolitana de São Paulo, com seus 17 milhões de habitantes. Até setembro do ano passado, o rodízio no abastecimento atingia 5 milhões de pessoas. Elas recebiam água um dia e ficavam dois sem. Considerando seus próprios recursos, a Grande São Paulo poderia oferecer apenas 200 metros cúbicos de água por habitante ao ano – um volume que daria apenas para o gasto doméstico. Por causa dessa miséria hídrica, a Grande São Paulo tem de tomar água emprestada de outras bacias, como a do Rio Piracicaba, que garante 55% de seu abastecimento. "Estamos no limite e temos poucas alternativas", diz Hugo Marques da Rosa, presidente do Comitê da Bacia do Alto Tietê.

O caso do Nordeste já é clássico. A região recebe mais chuvas do que a Espanha, mas sofre pela falta de água por uma combinação perversa de três fatores: as chuvas concentram-se em um período muito curto, o solo rochoso não permite que a água alimente os lençóis subterrâneos e, por fim, a forte insolação transforma em vapor 90% da água trazida pelas chuvas. As soluções para o problema são difíceis e caras. No ano passado, só com medidas emergenciais, o governo federal gastou cerca de 1,2 bilhão de reais para atender uma população de 12 milhões de pessoas atingidas pela seca.


Quando a água se torna escassa, a economia balança. No Nordeste brasileiro, a seca tem um impacto violento sobre a produção. Nos últimos anos, segundo estudo da Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEE, ela foi responsável por uma redução de 4,5% do produto interno bruto regional. Sem contar as oportunidades que a região perdeu. Mesmo o poderoso interior de São Paulo já sofre com esse problema, segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Antonio Mendes Thame. "Falta água para novas indústrias", diz ele. Pelo globo afora, à medida que a escassez aumenta, crescem os investimentos para garantir o abastecimento. No Oriente Médio, a situação é tão crítica que se gasta muito, mesmo que seja para obter pouco. A Arábia Saudita instalou 25 estações de dessalinização da água do mar – o processo mais caro de obtenção de água doce – para atender a menos de 4% de suas necessidades.

Os efeitos da falta de água fresca e boa são cristalinos quando se fala em saúde. Mais de 5 milhões de pessoas morrem por ano devido a doenças relacionadas à má qualidade da água e a condições ruins de higiene e saneamento. Os dados são da Organização Mundial de Saúde, cujos especialistas calculam que metade da população dos países em desenvolvimento é afetada por moléstias originadas na mesma fonte, como diarréia, malária e esquistossomose. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a diarréia mata 50.000 crianças por ano, em sua maioria antes de completar 1 ano de idade. Além disso, a falta de água de qualidade e de serviços de saneamento – apenas 16% dos esgotos sanitários são tratados no país – é responsável por 65% das internações hospitalares.

O consumo humano de água em coisas básicas como saciar a sede, banhar-se, lavar a roupa e cozinhar é pequeno. Uma pessoa precisa de um mínimo de 50 litros por dia. Com 200 litros, vive confortavelmente. É pouco, comparado com os 1.910 litros de água necessários para produzir 1 quilo de arroz ou 3.500 para garantir 1 quilo de frango. E é nada perto dos 100.000 que se gastam para produzir 1 quilo de carne de boi. "Uma dieta saudável para uma única pessoa exige 1,2 milhão de litros ao ano", calcula Philip Ball, autor de H2O, A Biography of Water (H2O, Uma Biografia da Água).

Essa onipresença da água dá uma medida do seu valor econômico ao mesmo tempo que coloca uma interrogação sobre o impacto que a cobrança pelo seu uso terá sobre o custo de vida. É uma equação difícil de resolver. Legalmente, no Brasil, o Estado pode cobrar por ela desde janeiro de 1997, quando foi aprovada a Lei das Águas. A perspectiva da cobrança pode desagradar o cidadão, que já paga impostos demais. Tem a seu favor, porém, a vantagem de jogar luz sobre um tema que costuma ficar encoberto como os canos.

Revista Veja.Reportagem de Cesar Nogueira

Seca no Nordeste Brasileiro


A seca é um fenômeno natural que tem registro no Nordeste desde a colonização da zona semi-árida da região, sendo de 1534 o primeiro relato desse desastre natural (Andrade, 1986). De acordo com Araújo (1999), ao se focalizar a dimensão natural das secas, não se consegue vislumbrar muito mais do que a histórica repetição de cenas de fome e sede. Embora tendo o caráter natural e acontecendo na mesma região, a seca ocorre em diferentes conjunturas sociais, econômicas e políticas que possuem aspectos particulares quanto à estiagem. Misturam-se a ela aspectos socioeconômicos e políticos que lhe tiram o caráter único de desastre natural. Para efeitos deste trabalho, a seca será considerada como fenômeno social que agrava a pobreza e afeta particularmente as condições de vida da população, que dificilmente tem acesso às políticas sociais.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Lata d'água




Lata d'água
Composicao: Luizs Antônio / Jota Jr.
Lata d'água na cabeça,
Lá vai Maria. Lá vai Maria:
Sobe o morro e não se cansa.
Pela mão leva a criança.
Lá vai Maria.
Maria, lava roupa lá no alto
Lutando pelo pão de cada dia,
Sonhando com a vida do asfalto
Que acaba onde o morro principia.

rain water harvesting

DEUS de VIOLÊNCIA

Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso

Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado

Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
Mocinhas de peito duro e vestido roto
Velhas trôpegas marcadas pelo tempo

Olhos de catarata e pés informes
Aos velhos cegos agarradas
Pés inchados enormes
Levantando o pó da cor de suas vestes rasgadas

No rumor monótono das alparcatas
Há uma pausa, cai no pó
A mulher que carrega uma lata
De água! Só há umas gotas — Dá uma só

Não vai arribar. É melhor o marido
E os filhos ficarem. Nós vamos andando
Temos muito que andar neste chão batido
As secas vão a morte semeando.

There is no living place without water!

Os retirantes/Cândido Portinari