sábado, 5 de fevereiro de 2011

H2OPEnet



O objetivo deste projeto é a coleta e manejo ótimo de águas pluviais, destinado a atender as necessidades hídricas básicas para a sobrevivência e sustento de populações carentes do semi-árido brasileiro.
Através de um sistema de “redes de coleta” a água oriunda das chuvas passa a ser armazenada em reservatórios flexíveis-lona plástica de PVC com reforços de fios de poliéster (containers para líquidos) , subterrâneos ou elevados.
A determinação inicial das regiões a serem atendidas pelo projeto será especificada em função de da escassez hídrica vivida pelas suas populações relativizado pelos índices e concetracao de chuvas nestas regiões.
A dimensão das redes de captação e do(s) reservatorio(s) será calculado pelo índice pluviométrico destas regiões x a necessidade hídrica da famílias aí residentes, estimando a satisfação das necessidades de água potável para ingestão e culinária (que pode ser tratada com adição de cloro e flúor), água limpa para higiene pessoal e para a hidratacao de animais, e água para irrigacao de lavouras de subsistencia.
Sabendo que obtenção e manejo de água nestas regiões é uma tarefa árdua e morosa, normalmente executada por mulheres, o projeto também prevê uma maior disponibilidade destas para dedicar-se a outras atividade sócio-economicas que naturalmente proporcionarão uma futura inclusão social das mesmas.
O ponto revolucionário do H2OPEnet é seu simples e eficiente sistema de captação e armazenagem.
Enquanto a maioria dos sistemas atualmente em uso, de captação e armazenamento de águas pluviais baseia-se em telhados e calhas como seu instrumento mor de captação e cisternas feitas de cimento para armazenagem (além naturalmente de outros reservatórios abertos como pequenas represas e açudes), o H2OPEnet se vale da grande evolução tecnológica apresentada pela engenharia de materiais.
Com apenas 5 kg de tecido sintético impermeável, se pode abrir uma rede de 30m2 de superfície, possibilitando uma captação anual de 21.000 L (considerando-se o índice médio de precipitação de 700mm/ano no semi-árido nordestino).
Estas redes podem ser estiradas por poucas cordas, em sentido radial, semelhantes a uma teia de aranha. Um ou mais pontos de captação, em áreas baixas da rede determinarão a convergência da água. Naturalmente, a forma das redes pode ser adaptada para figuras semi-esfericas, triangulares, etc, dependendo das características geográficas do local. Como exemplo, podemos esticar 5 cordas de 10 metros de comprimento cada, radialmente entre 10 estacas de 1,5m de altura, esticar a rede sobre esta estrutura, localizando um ponto coletor no seu centro, a 0,5 m de altura. Com o auxílio da gravidade, teremos a água se movendo para a parte mais baixa, onde estará o coletor. Este ponto coletor está conectado a uma tubulação que leva a água ao reservatório, que pode estar localizado imediatamente abaixo da rede, ou em local mais distante. Estas redes podem ficar dobradas e guardadas, devendo ser abertas/instaladas somente nos períodos de chuva, evitando assim seu desgaste por exposição desnecessária às intempéries, e também, não comprometendo áreas no entorno da casa e do(s) reservatório(s).
Igualmente, os tradicionais reservatórios de alvenaria passam a ser substituídos por reservatórios flexíveis, laminados de PVC e Poliéster, de rápida instalação, eficiência no controle da evaporação, grande resistência e durabilidade, e relativo baixo custo de produção em escala. As necessidades de uso e manejo, características de cada projeto assim como as disponibilidades financeiras e análises de custos, indicarão a opção por um reservatório flexível subterrâneo, de superfície ou elevado.
Milhões pessoas sofrem com a falta de água, em uma área de 900.000km 2 do semi-árido nordestino. O governo brasileiro está implementando um programa de construção de cisternas, mas nos 2 anos de operação, conseguiu construir apenas 300.000 da previsão inicial de 1.000.000.Assim acreditamos conseguir quebrar um paradigma da seca no Nordeste brasileiro, como realidade natural e determinante da pobreza de certas populações, e romper o ciclo da manutenção da miséria e dependência, que tanto interessa a segmentos políticos e econômicos dominantes, historicamente presentes nestas regiões.

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