sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O projeto que pretende construir um milhão de cisternas no Nordeste está andando a passos lentos.


Sem recursos suficientes, as obras atrasaram.
Em vez de longas caminhadas, a dona de casa Maria Abreu da Silva anda, agora, apenas alguns passos. A água que ela tanto precisa está no quintal de casa, armazenada na cisterna. "Quem não agradece a Deus por uma cisterna dessas? Foi muito bom para nós aqui na nossa comunidade", disse.

Maria mora em Canindé, onde as primeiras cisternas chegaram no ano passado. É uma tecnologia simples, usada para armazenar água da chuva. Calhas recebem a água que cai no telhado e levam até o reservatório.

Em períodos de estiagem prolongada, a maioria das cisternas já não tem água da chuva do ano passado. Mesmo assim, elas fazem a diferença na vida das famílias do sertão. Hoje, servem para armazenar a água levada pelos carros-pipa e ajudam a diminuir o sofrimento causado pela seca.
No Brasil, as cisternas de placa começaram a ser construídas nos anos 80, com o apoio de organizações não-governamentais. Com bastante atuação no Nordeste, a ASA, Articulação no Semi-Árido Brasileiro, lançou o projeto para a construção de cisternas em 2003. Formada por várias entidades civis, como ONGs, associações de trabalhadores rurais, sindicatos e federações, a meta era construir um milhão de cisternas em cinco anos. Até hoje, o programa construiu 289 mil.

“A grande dificuldade é a captação de recursos. A gente ainda não conseguiu captar recursos na velocidade que acha necessário”, justificou Elzira Saraiva, coordenador da ASA.

A ASA trabalha com doações de entidades e de pessoas físicas e com alguma ajuda dos governos Federal e estadual. O dinheiro arrecadado não é suficiente para capacitar trabalhadores e comprar material no ritmo previsto no início do projeto. Por isso, hoje a organização não estipula mais uma meta para o término da construção de um milhão de cisternas.

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